Fanfictions: a cultura de fãs e sua representatividade no mercado editorial
Fanfictions são histórias ficcionais que podem ser baseadas em personagens ou enredos que pertencem à outros produtos midiáticos, como filmes, séries, HQ’s, videogames, mangás, animes ou grupos musicais, celebridades etc.
Em resumo, as fanfics são histórias feitas por fãs para fãs. Um movimento descrito por Henry Jenkins, em seu livro "Cultura da Convergência", como cultura participativa, onde os fãs se apropriam de elementos de certo produto midiático e a partir dele criam seus próprios produtos.
De "Harry Potter" a Avenida Brasil, as fanfics estão se tornando cada vez mais populares entre os jovens no Brasil e no mundo. Sites, como Wattpad e Fanfic Obsession, hospedam histórias de diversos fãs que expõem seus textos à avaliação de outros leitores, que ligados pelo mesmo interesse literário ou com a intenção de melhorar a escrita, participam através de comentários e também palpitam nos acontecimentos das histórias uns dos outros.
Dependendo da visibilidade alcançada no ambiente virtual alguns escritores de fanfics conseguem ir das redes sociais literárias para as prateleiras das livrarias. Cassandra Clare, autora da série "Os Instrumentos Mortais", e as brasileiras Carolina Munhoz e Babi Dewet, por exemplo, começaram sua carreira literária escrevendo fanfictions. Anna Todd e E. L. James, autoras das séries “After” e “50 Tons de Cinza” respectivamente, publicaram as histórias de seus livros primeiro como fanfics.
Em busca de uma publicação de sucesso as editoras estão aproveitando esse movimento literário para procurar novos autores e histórias. Explorar autores que já tem uma e experiência de escrita parece um caminho mais fácil e assertivo para as editoras do que avaliar originais. Talvez seja essa a próxima tendência do mercado editorial.
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